Aquilo que vemos - disse ela - é uma mera projecção da nossa mente, ou seja: nada existe –continuou – quando te vejo a ti estou a projectar a vida, a vida a partir do meu real imaginado, um real singular e uno, só meu... repara bem nisto que eu te digo – penteou com suavidade o cabelo – quando, por exemplo, não estás diante de mim, isso significa que não existes.
Mas...e tu, quem és?
Uma projecção daquilo que tu imaginas, um sonho, um simulacro da vida num sonho.
Então não existes também?
Só na tua cabeça.
E nós?
Representamos um engano; e denfendemo-lo como dois amantes, dois fundamentalistas do amor, sabendo tratar-se disso mesmo: um engano.
Arregaçou a manga da camisa para lhe dar a mão.
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