Espinho - Não vale a pena. Bem descrevo os cantos da casa, observo a imobilidade das suas coisas, as pulseiras, os anéis, a sua carteira, uma caixa com búzios para dar sorte, uma fotografia minha ainda criança, uma flor que murchou de silêncio...
Nada.
A morte tem este condão: o de nos colocar perante uma realidade aumentada, uma super-realidade desprovida de moral ou de valor, uma realidade verdadeira e cruel, que nada esconde, e tudo revela, que nos deixa frente a frente com a mais pura essência da vida.