O que resta de um mundo onde se augura a sua desumanização?
Era afinal este o sonho prometido: a frenética corrida do avanço: mover intensamente os dedos?
O que é isso de evolução? Deixar de pensar, por exemplo? Ou pensarem por nós?
E o instinto? Qual o seu lugar na era da digitalização das emoções e dos sentidos?
O que é que o meu coração tem a ver com a regulação dos mercados?
Será que o meu choro é capaz de acender a luz do quarto do vizinho?
Será preciso concentração para morrer?
E parar?... Haverá ainda tempo?
A inexorabilidade das perguntas perante o hipnotismo do espectador que, rendido, se vê, no palco da ficção(?), fielmente caricaturado.
Zungunruhe estreou no passado Sábado, no Teatro Rosalía de Castro, Corunha.
(Obra produzida pela companhia de teatro: Artesacia)
* Zugunruhe ou inquietude migratória é o comportamento ansioso em animais migratórios, especialmente em aves.
